Donas de empresas que empreendem há pelo menos seis meses, com negócios sediados em Osasco e na Capital Paulista, serão as beneficiadas pelo Projeto Mulheres Pretas Empreendedoras (MPE). A iniciativa é dedicada a combater o racismo estrutural, no país, por meio de uma formação de dois meses, com metodologia focada em resolver as dores das mulheres pretas, à frente de negócios, de pequeno e médio portes.
“Representamos 50% das empreendedoras brasileiras, porém, nessa pandemia, fomos as mais afetadas tendo em vista que 36% das empreendedoras negras estão com as atividades interrompidas contra 29% das empreendedoras brancas e que 58% das pretas, que pediram empréstimo, não conseguiram crédito”, Segundo levantamento do Sebrae.
Em formato on-line, a trilha de aprendizado é assinada pela primeira escola brasileira chancelada com o selo ABED, voltada para a mulher empreendedora, a Rede Mulheres Que Decidem (RMqD). Essa turma terá o apoio da Secretaria Executiva de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial, de Osasco e o investimento da Agere Contabilidade, da qual sou proprietária há 21 anos.
As aulas começam no dia 16 de junho e a seleção envolve preenchimento de questionário e entrevista, realizada pela Secretaria de Osasco e por mim, que além de conduzir a classe, também serei a primeira investidora do projeto com o apoio da Secretaria Executiva de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial, de Osasco
A primeira turma terá um número limite de 20 empreendedoras pretas para que todas tenham voz pra falar das suas dores à frente dos negócios e trocar experiências.
O MPE nasceu da minha inquietação e do meu sonho em amplificar a diversidade racial na Rede. Hoje, eu sou a única educadora preta da RMqD, que conta com uma representatividade menor que 1% de alunas classificadas dentro desse grupo racial. E a demanda desse perfil é maior e urgente. Segundo levantamento do Sebrae, representamos 50% das empreendedoras brasileiras, porém, nessa pandemia, fomos as mais afetadas tendo em vista que 36% das empreendedoras negras estão com as atividades interrompidas contra 29% das empreendedoras brancas e que 58% das pretas, que pediram empréstimo, não conseguiram crédito.
Como mulher preta, sei o quanto é desafiador empreender num País em que o racismo estrutural nos impede de ter acesso ao conhecimento e, por consequência às riquezas. O objetivo do projeto é capacitar as mulheres pretas empreendedoras para uma gestão de resultados e geração de renda, mudando sua realidade e das pessoas no seu entorno”
O que dizem as apoiadoras
Segundo Priscilia Queiroz, CEO da escola Rede Mulheres Que Decidem todas as formas de garantir conhecimento e ajudar a solucionar as dores dos mais diversos perfis de empreendedoras que atuam nesse país enorme, com um cenário vasto, com demandas únicas e específicas é uma das missões da escola. “A partir da conquista de uma metodologia reconhecida pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED) fomos certificados com um selo que amplia nossa atuação institucional nessa missão por meio da emissão de um certificado que fortalece a formação dessas mulheres e o alcance da metodologia apreendida, nos 8 encontros semanais”, pontua.
Para Selene Almeida, Diretora de Relações Institucionais da RMqD, a parceria com a Secretaria Executiva de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial, de Osasco, ajudará a Rede a obter um recorte das demandas regionais das empreendedoras que atuam em uma região nova no mapeamento da Rede. “Não existe uma licenciada da escola com atuação em Osasco. E a parceria abre espaço para conhecermos melhor as dores das empreendedoras dessa cidade. Nada mais justo que esse olhar comece pelas populações mais vulnerabilizadas pelo racismo estrutural”, comenta. Além disso, hoje Osasco é um grande potencial de oportunidade de atuação para essas empreendedoras. A cidade tem se transformado em um polo tecnológico, ao sediar um número crescente de startups e empresas bilionárias nesse setor. “As empresas com perfil de inovação têm apostado em políticas de diversidade, o que por si só é um ganho para essas mulheres e requer uma qualificação urgente delas”, reforça
De acordo com Amanda França, à frente da Secretaria Executiva de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), de Osasco, “Com base no cenário que encontramos com a pandemia, esperamos que a adesão seja de 100% com previsão de abertura de novas vagas, futuramente”. A Secretária explica que entre as pautas emergenciais que a SEPPIR busca atender estão as políticas de enfrentamento a violência contra mulher, a capacitação e a inclusão de jovens negros no mercado de trabalho e o apoio ao empreendedorismo de mulheres negras, considerando que a maior taxa de desemprego com a pandemia é deste público.
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