Sendo uma mulher preta ou não, eu acredito que você já deve ter se feito essa pergunta. E a resposta é simples, mas pode se tornar muito complexa ao analisarmos os dados das pesquisas
Uma pesquisa Sebrae de novembro de 2019, aponta que:
1. No Brasil, 4,7 milhões de mulheres pretas são Donas de Negócios;
2. Somos 50% de todas as empreendedoras do país;
3. Em São Paulo, somos 642 mil.
Então porquê não prosperamos?
Embora o empreendedorismo feminino esteja cada vez mais forte em temas de debates visto que é sim fundamental pra nossa economia as mulheres abrirem o próprio negócio, também representa uma ação de empoderamento, que realça a visibilidade sobre as questões de gênero no mundo dos negócios mas para as mulheres pretas, devido ao racismo estrutural muito enraizado na nossa cultura, é muito mais difícil ter acesso à educação, ao crédito e a outras informações e conhecimentos indispensáveis para uma gestão de qualidade.
Você sabia, que na pandemia:
79% das empreendedoras pretas não possuíam reserva financeira?
Que 58% das Pretas são conseguiam crédito para manter seus negócios?
E que ganhamos 49% a menos que as empreendedoras brancas?
E o mercado consumidor de negros, sejam eles homens ou mulheres é muito promissor.
Aproximadamente 50% dos empreendedores brasileiros se declaram como negros ou pardos, de acordo com o Sebrae.
Empreendedoras e empreendedores negros movimentam R$1,7 trilhão por ano no Brasil.
Por outro lado, esses mesmos empreendedores enfrentam muito mais dificuldades para conseguir investimentos, faturam menos e poucos empregam ao menos um funcionário.
Ainda que a maioria se encaixe nas categorias de micro e pequeno empresários, o empreendedorismo negro apresenta um crescimento, em parte, pela busca de uma vida melhor e por mais representatividade.
Pesquisas recentes apontam que, dos 112 milhões de negros no Brasil, 14 milhões são empreendedores negros;
Os negros movimentam R$399 bilhões em renda própria nos seus empreendimentos por ano, sendo a maioria pequenos e informais; 3 em cada 10 empreendedores têm até 34 anos; 57% dos empreendedores negros acreditam que sofrem preconceito quando tentam abrir seu próprio negócio no Brasil; A renda média do empreendedor negro é metade da renda de outro empreendedor; Apenas 19% dos empreendedores negros estão nas classes A/B; 82% dos empreendedores negros não tem CNPJ e estão na informalidade;
A representatividade negra começa na comunicação, mas não adianta ter mulheres pretas apenas em campanhas publicitárias e sim, além de capacitá-las para uma gestão de resultados, no universo corporativo é preciso inseri-las dentro das empresas na tomada de decisões. Há um crescimento nas empresas que buscam equidade e diversidade em suas equipes. Isso é um sinal de mudança!
A maioria hoje das mulheres pretas empreende por necessidade, mas hoje elas precisam de um ambiente mais favorável para prosperar. A primeira possibilidade de desenvolvimento de uma mulher empreendedora tem a ver com a sua autoestima, seu reconhecimento e educação é essencial.
Fontes: Pesquisa Empreendedorismo Negro no Brasil 2019 – PretaHub; SEBRAE.